Diário da Balonada

Ah, não pense que é tão simples ser obesa... Que é somente uma vida de comer e dormir, pois definitivamente não é... Em 2016 resolvi mudar muitas coisas, uma delas foi o meu peso, já que eu caminhava ao 3º dígito na balança e não suportava mais me ver em espelho ou fotos... Algo tinha que mudar!

Como é muito difícil apenas mudar, recorri a uma boa muleta: o BALÃO INTRAGÁSTRICO!

domingo, 24 de abril de 2016

Pensando no BALÃO INTRAGÁSTRICO

As postangens estão fora do tempo real, mas ainda hoje as colocarei em dia. Cara, nasci pequena, fui magra até os meus 18 anos (54kg)… Depois disso fui ganhando peso ano a ano. Pesei 71kg e me achava imensa, minha mãe chorava, entrava em desespero… Nessa época eu ainda não me via tão gorda, as coisas ainda cabiam em mim, até que pesei 112kg. Quase morri de tristeza, me vestir era um sacrifício, eu me achava diminuída como mulher, me sentia ameaçada por qualquer pessoa bonita e me sentia a última das mulheres. Fiquei um tempo assim, até resolver que eu queria, mesmo gorda, fazer uma abdominoplastia. Perdi 36kg com Reeducação Alimentar e mais 6 na cirurgia. Fiquei com 70 kg. Apesar de estar ainda acima do peso, me achava o máximo, tive até um ataque de “periguete” e comprei roupas que não usava nem aos 15 anos (que vergonha!!!!), mas logo passou. Após um divórcio conturbado, engordei apenas 2 kg, me apaixonei novamente, fiz um retoque da cirurgia anterior, e uma dermolipectomia das coxas, um mês depois engravidei (sem planejamento) e fui de 74kg para 88kg. Tive meu segundo filho, arrebentei a minha cirurgia, mas até que voltou melhor do que a primeira gestação, se eu tivesse mantido meu peso… Mas aquela vontade pós-maternidade de ficar de pijama e me arrastar pela casa desgrenhada me levou aos 98kg. Hoje tenho 1,58m e 96kg. Com um IMC de 38,46 e precisando eliminar 31,620kg para voltar a ser uma pessoa só e não uma e meia! Fichas caindo: Minha filha já me perguntou várias vezes porque sou gorda… Geralmente os filhos acham suas mães bonitas, de qualquer maneira, mas de alguma forma, devo passar uma insatisfação muito grande com meu peso, porque aos 6 anos ela me acha feia, e pergunta porque não fico magra, porque tomo refrigerante, porque uso roupa de gente idosa… Não aguento o meu peso somado ao peso do meu filho de 1 ano e meio, minhas costas doem, arquejo, me falta ar… percebo que estou sempre passando meu filho para o colo de alguém, porque eu realmente não suporto mais peso. O espelho me faz chorar! Quando me vejo no espelho, não me sinto confortável com o que vejo, não gosto de tirar fotos, não gosto de locais espelhados… O meu reflexo me faz refletir, e o que vejo é uma pessoa deformada pela gula e nada saudável. Meu marido merecia algo mais estimulante… Tenho que admitir, ele me ama! Pois fisicamente falando, tenho plena consciência de que não sou sexualmente estimulante… Um olhar mais atento o faria “desanimar”, mas ele é um guerreiro (kkkkk), e não me deixa sentir nada do que vaga em minha mente nessas horas. Não visito mais os parentes, pois alguns me viram mais magra, e só de pensar no olhar que vão me lançar e no choque em me ver assim de novo, me encolho e desisto de ir aos encontros familiares. Não tenho saúde, estou sempre resfriada, com rinite, dores por todos os lados, olheiras, ar cansado, pele ruim e manchada… Isso é desesperador quando vc tem filhos e deseja cria-los até os 50 anos, pelo menos. Não, eu não tenho preconceito com pessoas obesas, mas não acho que a pessoa deva aceitar a obesidade como uma graça… Seria como ter uma perna imobilizada e não ir à fisioterapia para se reabilitar porque se aceita como é… Continuar obesa, no meu caso, é uma derrota, é consagrar que a comida manda em mim… Uma vez vi um video que no fundo eu aparecia comendo… Cara, eu quis sumir, eu parecia uma vicking comendo um porco assado após meses de navegação, foi horrível… e eu me achava a delicadeza em pessoa, pegando os alimentos com dedos delicados e gordinhos… Era grotesco e até hoje não gosto de comer em público. Resumindo, cansei de ser gorda, meu corpo não me define, mas minha saúde é fundamental! Hoje é o primeiro dia, de todos os outros, em que serei mais saudável e provavelmente, mais magra que hoje!

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